Disfunção de ATM
Por Dra. Graziela Moro | CRO-RS 15474
A Disfunção de ATM pode se apresentar como uma doença progressiva e degenerativa, com vários fatores determinantes. Portanto, o diagnóstico precoce faz-se necessário para um melhor prognóstico e encaminhamento ao tratamento mais eficiente, que pode envolver diferentes especialidades. No artigo de hoje, você confere as principais características deste problema e fica sabendo como tratá-lo.
O que é a ATM e como ela funciona?
A ATM, ou Articulação Temporomandibular, é a articulação que fica próxima ao ouvido, e que interliga o osso temporal à mandíbula, permitindo que ela realize movimentos – ao comer, falar e mastigar. A ATM está dividida em parte inferior e superior, sendo a parte inferior responsável pelos movimentos rotacionais da mandíbula, e a parte superior pelos movimentos translacionais.
O que é a Disfunção de ATM?
A Disfunção de ATM ocorre quando há algum tipo de alteração que atrapalhe ou impeça o funcionamento correto da ATM. Ou seja, não possui uma causa específica, podendo ser originária de fatores como estresse, distúrbios do sono, traumas na mandíbula e hábitos como morder os lábios ou bochechas.
Em casos mais graves, a DTM pode ser provocada pelo uso em excesso do músculo, problemas relacionados ao mau posicionamento dos dentes, oclusão instável, bruxismo, ou pelo hábito de roer as unhas. Tais situações contribuem para a ocorrência de desalinhamento dos dentes superiores e inferiores, dentes ausentes, entre outros.
Sintomas da Disfunção de ATM
A Disfunção de ATM pode se apresentar de diferentes formas no organismo do paciente, sendo a dor um sintoma muito comum, aparecendo na região próxima ao ouvido, nas têmporas ou na parte frontal da testa. Além disso, aspectos como o travamento do maxilar podem surgir devido à mastigação desequilibrada do paciente.
Confira abaixo mais alguns dos sintomas manifestados durante a DTM:
- Pressão atrás dos olhos.
- Mudança brusca no encaixe da mandíbula
- Dor ou zumbido nos ouvidos.
- Dificuldade para mastigar ou falar.
- Dor de cabeça.
- Sensação de “clique” ao abrir e fechar a boca.
- Inchaço na lateral do rosto.
- Problemas para dormir.
Quais são os riscos da DTM?
Caso o problema não seja tratado logo nos primeiros sintomas, pode trazer consequências graves para a saúde bucal dos pacientes como, por exemplo, o surgimento de doenças degenerativas ou deslocamento brusco da mandíbula, que gera o desencaixe das articulações. Especialistas ainda apontam para a relação da DTM com casos de depressão e ansiedade, que inclusive podem se agravar com o quadro da mandíbula. Por isso, caso você esteja sentindo algum tipo de desconforto nesta região ou identificou um dos sintomas citados anteriormente, procure um especialista o quanto antes para evitar que o problema se agrave.
Qual o melhor tratamento para a Disfunção de ATM?
Como vimos, a DTM não possui uma causa específica, por isso, é necessária sempre a realização de uma avaliação com abordagem odontológica e fisioterápica para um diagnóstico mais preciso e identificação do tratamento mais adequado. Além disso, em alguns casos, também pode ser indicada a ajuda de um psicológico para resultados mais eficazes.
De qualquer forma, somente após a avaliação é que o especialista poderá recomendar a melhor opção para o seu caso. Entre as mais utilizadas, estão o tratamento ortodôntico, uso de placas de mordida, aplicação de calor local, cirurgia, anti-inflamatórios, uso de medicamentos analgésicos e/ou relaxantes musculares, além da utilização de técnicas de relaxamento que ajudam a aliviar a tensão muscular na ATM.
Tratamento com diagnóstico 3D e ancoragem esquelética com miniplacas
Nas imagens acima, apresentamos um caso clínico de Disfunção de ATM, onde o paciente apresentava desconforto na região articular com estalos nos movimentos de abertura da boca e zumbido nos ouvidos. Repare a diferença das imagens comparativas. Neste caso foi possível melhorar a posição da Articulação Temporomandibular após o destravamento da oclusão, através do posicionamento correto dos incisivos superiores na base óssea, corrigindo a inclinação negativa que eles apresentavam, a correção da curva de spee e consequentemente o encaixe da mordida.
Nesse caso, se a oclusão dos dentes continuasse errada não adiantaria usar placa, realizar fisio ou tratamento psicológico, por isso, o tratamento ortodôntico das arcadas dentárias se fez fundamental para a obtenção de um resultado mais eficaz.
O tratamento ortodôntico contou com diagnóstico 3D e ancoragem esquelética com Miniplacas (utilizada para promover recursos mais eficazes para as movimentações dentárias durante o tratamento ortodôntico), seguindo os princípios dos Sistemas Errty, e teve como objetivo posicionar os incisivos na base óssea para obter maior estabilidade a longo prazo, sem a necessidade de contenção fixa, extrações e desgastes, além de evitar a projeção dos incisivos inferiores.
